Mostrando postagens com marcador resenhas. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador resenhas. Mostrar todas as postagens

Resenha: Soilwork - The Ride Majestic

Pelo consagrado cenário musical da Escandinávia, a Suécia é um dos maiores expoentes do Death Metal Melódico, além de ser o berço de tal subgênero do Metal - isso já é fato. E entre as várias bandas do estilo, está o Soilwork, que sempre se manteve convicto à identidade de seu próprio Death Metal Melódico. Agora, em seus 20 anos de carreira, o Soilwork lança o seu mais novo álbum, intitulado "The Ride Majestic", pela Nuclear Blast Records. 

Como já se sabe, o Soilwork sempre se caracterizou pelo seu direcionamento às melodias, mas sem perder o peso "forte" do Death Metal - mas, desta vez, podemos dizer que o Death Metal foi colocado como algo mais distante. 

Em "The Ride Majestic", o Soilwork investe muito mais nas melodias - o que, em geral, não é algo negativo pois, aliás, as melodias no álbum são muito bem trabalhadas, proporcionando excelentes composições - como, por exemplo, a "Enemies In Fidelity""Petrichor By Sulphur" e várias outras que podemos citar aqui. Além do peso, o Soilwork também perdeu mais velocidade neste seu novo trabalho, em comparação ao antecessor "The Living Infinite" (2013). Mas, claro, vale ressaltar que a velocidade não se perdeu totalmente, já que podemos ouvir boas mudanças de andamento em meio às faixas - ora mais rápida, ora mais lenta, e vice-versa.

Na primeira faixa, à qual dá título à obra, já é possível concluir que um dos grandes destaques de "The Ride Majestic" é a exímia atuação do vocalista Björn "Speed" Strid: os seus vocais rasgados proporcionam a agressividade necessária para as composições - o que pode ser conferido, por exemplo, nas faixas "The Ride Majestic" e "All Along Echoing Paths". Já em relação aos seus vocais limpos, que é a sua outra marca registrada, têm uma presença ainda mais marcante por todo o álbum, o que colabora ainda mais na melodia. Por fim, o que mais surpreende é que Björn Strid parece estar mais afiado do que nunca em suas variações entre o rasgado e limpo em uma mesma composição - como em "Father And Son, Watching The World Go Down""The Ride Majestic (Aspire Angelic)" "Whirl Of Pain"

A dupla de guitarristas Sylvain Coudret e David Andersson também executa um ótimo trabalho, especialmente com seus típicos riffs e bons solos, como em "Alignt In The Aftermath" e "Enemies in Fidelity". Quem também tem um notável desempenho é o baterista Dirk Verbeuren: ele é quem proporciona a velocidade presente em "The Ride Majestic", gerando uma ótima e consistente base com suas fortes e rápidas batidas. 

Apesar de possuir um desempenho mais discreto, ainda é possível notar o trabalho do tecladista Sven Karlsson, quem gera ótimas harmonias para o álbum. Em contrapartida, as linhas de baixo estão praticamente silenciosas no disco (com exceção na "The Ride Majestic (Aspire Angelic)") - aliás, curiosamente, o baixista Ola Flink havia deixado o Soilwork antes da banda finalizar as gravações de "The Ride Majestic". 

Quem esperava um trabalho mais pesado e veloz do Soilwork desta vez, acredito que terá certa decepção - no entanto, isso não é razão para deixar de apreciar o álbum. O Soilwork, em "The Ride Majestic", está intensificando a parte mais melódica de seu conceito de Death Metal Melódico, e dando menos foco ao seu Death Metal. Mas, felizmente, "The Ride Majestic" está longe de ser um fracasso.



Tracklist:

01. The Ride Majestic
02. Alight In The Aftermath
03. Death In General
04. Enemies In Fidelity
05. Petrichor By Sulphur
06. The Phantom
07. The Ride Majestic (Aspire Angelic)
08. Whirl Of Pain
09. All Along Echoing Paths
10. Shining Lights
11. Father And Son, Watching The World Go Down


Line-up:

Björn "Speed" Strid - vocais
Sylvain Coudret - guitarra
David Andersson - guitarra
Sven Karlsson - teclado
Dirk Verbeuren - bateria

Resenha: Slipknot - 5: The Gray Chapter

Após ouvir o disco é difícil organizar as ideias pra começar a comentar algo, o disco na abertura (XIX) já começa como todo o show do Slipknot, cheia de suspense, mais já apresenta novas timbragens e quando menos se espera soam palavras de ordem bradadas por Corey a plenos pulmões, mas vamos direto e reto como eu gosto em resenhas, nesse disco você não verá o novo baixista e baterista criando algo mirabolante, lembre-se eles ainda não fazem parte da banda, então como bons músicos de estúdio seguiram bem as ordens dos verdadeiros membros, o disco tem a cara e assinatura do Slipknot, o fato do Joey Jordinson (ex-baterista) não estar nesse disco e ser um dos principais compositores do Slipknot realmente não fez falta, o disco tem melodias e letras que transpiram o velho e bom Slipknot, porém com uma roupagem melhor, esse disco é uma evidência de continuísmo do disco "Subliminal Verses Vol.3" de 2004, a música da banda evolui bastante a partir desse ponto, Jim Root e Mick Thomson reafirmam o casamento na dobradinha de guitarras que funcionou muito bem mais uma vez.

 Corey é outro que surpreende, o vocalista ousou menos em ataques a notas mais altas, a mudança da sua voz a partir dos 40 anos foi muito bem assumida, Corey demonstra total domínio de seu instrumento vocal, os vocais nesse disco realmente trazem boas surpresas. 

A banda apresenta nesse disco o seu lado mais melódico, temos até uma balada (Killpop), faixa essa pronta a ser tocada a exaustão nas rádios e em estádios mundo a fora, apesar de mais melódicas, as melodias das faixas não estão menos agressivas, a banda parece ter alcançado controle e total coerência musical, traz diversos novos elementos a musicalidade da banda, como se espera de uma banda com essa quantidade de membros, esse disco sem sombra de dúvidas entra para a lista de melhores de 2014, arrisco inclusive o palpite de indicação ao Grammy de melhor disco de hard rock/heavy metal de 2015, em resumos técnicos o novo baixista fez o que tinha que fazer, o baterista se destacou bem, não dispensou boas quebradas, cavalgadas e porradaria com os seus bumbos, mostrou ter habilidade e disposição (Ao vivo nas faixas antigas já são outros quinhentos), Chris Fehn e Shawn Crahan executaram com precisão as suas intervenções de percussão, destaco a faixa "Lech" onde a dupla faz o Slipknot entrar quase em ritmo de carnaval, Jim Root e Mick Thomsom mostraram perfeito entrosamento, trouxeram boas melodias e pegadas com suas guitarras nesse disco, o Craig Jones e Sid Wilson como sempre trouxeram os arremates finais onde era necessário.

No resto é um ótimo disco, com cara de Slipknot, então se você faz parte do maggots mala, ouça entenda o novo disco e pare de reclamar porque o Joey saiu; saiu por que a banda que convive com ele o demitiu, supere, Joey é um ótimo baterista e compositor, mais realmente não fez falta a esse disco.
Destaco e recomendo as faixas "Sarcastrophe" (Convite ao primeiro circle pit na sala), "AOV" (Convite direto ao bate cabeça), "The Devil in", "Killpop" (Talvez a mais fantástica do disco), "Skeptic", "Lech" (Quase um carnaval percussivo), "Goodbye" (Outra balada melódica, mas também tão perfeita quanto "Killpop"), "Nomatic'', "Custer" (Mais um convite direto ao circle pit) e "The Negative One".


Então de 0 a 10 esse disco leva um 8,5 com louvor, a compra do disco vale a pena com certeza, pros colecionadores esse mesmo disco tem um versão deluxe com mais duas faixas, também há opção de vinil e diversos formatos de single.

1- XIX
2- Sarcastrophe (áudio)
3- Aov (áudio)
4- The Devil In I (vídeo clipe)
5- Killpop (áudio)
6- Skeptic
7- Lech
8- Goodbye
9- Nomadic
10- The One That Kills The Least
11- Custer (áudio)
12- Be Prepared For Hell
13- The Negative One (vídeo clipe)
14- If Rain Is What You Want
15- Override (bonus track)
16- The Burden (bonus track)

Resenha: Pitty - SeteVidas

Pitty alia maturidade e explosão juvenil em mais um ótimo álbum. Me impressiona o fato de que ela e sua banda não baixem o seu excelente nível. É o quarto álbum de estúdio. E todos são realmente muito bons. É até difícil compará-los, uma vez que cada um possui seus encantos muito particulares. Este novo, "Setevidas", guarda a mesma atmosfera sombria e tensa do anterior, mas possui vida própria. Talvez sete, vá lá. Tem seus pontos baixos, sim. Mas os pontos altos compensam com alguma sobra. Abaixo, deixo minhas breves impressões sobre cada uma das dez faixas.

1. Pouco: A música começa com uma pegada bem interessante, até ser tomada por incômodos e irritantes gritinhos e sussurros de "é pouco", e "tão pouco", que só não estragam totalmente a canção porque o final mais acelerado dá um toque de fúria genuína bastante agradável para fechar a faixa (https://www.youtube.com/watch?v=-9EKA4hvM2s).

2. Deixa ela entrar: Bom rock'n'roll: letra bacaninha, um solo de guitarra breve, mas marcante, e um ritmo que faz o ouvinte se mexer, mesmo que involuntariamente, e vai crescendo, levando a um refrão mediano, que poderia oferecer um pouco mais (https://www.youtube.com/watch?v=4uX3BVLTjLM).

3. Pequena morte: A faixa mais fraca do disco. Sua ausência não faria o álbum perder absolutamente nada. Música legalzinha para se ouvir enquanto se coloca a camisinha. E só (https://www.youtube.com/watch?v=SNy50z1NGBc).

4. Um leão: Música com a assinatura da Pitty, tendo o ponto alto nos seus 2 minutos, com uma deliciosa transição para a estrofe subsequente. O refrão tem melodia previsível, mas é muito bem interpretado (https://www.youtube.com/watch?v=fUSrocn3o_I).

5. Lado de lá: É aqui que o álbum começa a crescer de verdade. Minha música favorita deste disco, pelo menos num primeiro momento. Canção com a força e a grandiosidade que a última faixa talvez pretendesse ter, mas não consegue. É melancólica, poética, sombria. Traz na sua tristeza e angústia uma beleza ímpar. Uma das melhores canções da história de Pitty e sua banda (https://www.youtube.com/watch?v=BJ7nUE5YcfU).

6. Olho calmo: Ótima canção, alia a doçura das estrofes com um belo e libertador refrão, explosivo na medida exata para formar um belo contraste com o restante da música. A voz de Priscilla Leone está especialmente bonita nessa faixa (https://www.youtube.com/watch?v=Cv282pioZno).

7. Boca aberta: Possui uma atmosfera tensa e excelente letra, mas tem um prejuízo praticamente irreparável provocado por um refrão que deixa muito a desejar, parecendo meio mal encaixado no resto da música (https://www.youtube.com/watch?v=lddhA3HitVs).

8. A massa: A letra mais legal e arrojada do álbum. Extremamente sagaz, extremamente inteligente. Traz, ainda, uma interpretação inesquecível da Pitty. Faixa muito bacana, ótimas estrofes, refrão muito agradável, desses que despertam uma vontade incontrolável de sair cantando junto (https://www.youtube.com/watch?v=sF3DnoNQmDg). 

9. Setevidas: Primeiro single, que leva o mesmo nome do álbum. Um hino para aqueles dias em que você resolve levantar da cama, secar as lágrimas, jogar tudo que não serve no lixo e sair para a rua para mudar tudo para melhor. Música absolutamente contagiante (https://www.youtube.com/watch?v=6qpV_KiB3Gg).

10. Serpente: Música que tenta dar um caráter de grandiosidade para o fim do álbum, porém, não convence. É uma pena, porque a letra não é ruim. Mas músicas com "ô ô ô" caem muito fácil na armadilha de se tornarem clichê. Ficou com jeito de campanha da Coca-Cola em época de Copa do Mundo. O álbum merecia um desfecho melhor e mais cru (https://www.youtube.com/watch?v=8NOVRObwZFA).  

Resenha: Detonautas Roque Clube - A saga continua

Estava eu, vagando pela internet ouvindo o som dos caras e resolvi procurar uma resenha justa e realista sobre o novo álbum do detonautas, achei essa no portal PlayStorm (ótimo portal por sinal!, vai de noticias do rock a coisas de videogames), confira oque foi postado pelo site logo a baixo.
Os Detonautas são uma banda formada por amigos “virtuais” que se conheceram em salas de bate-papo na internet. O grupo fez muito sucesso no começo dos anos 2000, especialmente com a trinca “Quando o sol se for”, “Outro lugar” e “Olhos certos”.
A banda continua na estrada até hoje: se a projeção do grupo no cenário musical brasileiro não é mais aquela, o mesmo não podemos dizer a respeito do vocalista, Tico Santa Cruz. Tico é engajado em questões políticas e sociais e grande formador de opinião, no que diz respeito a redes sociais: sua fã Page possui mais de 700 mil seguidores e ali, ele divide seus posicionamentos, crenças e inquietudes com seguidores ardorosos por suas palavras.
Sou um desses seguidores: ora concordo, ora discordo do que é dito por ele, mas uma coisa é certa: ele sabe se expressar e sabe o seu lugar nesse universo digital repleto de pluralidades.
detonautas2
Mas o assunto aqui não é Tico Santa Cruz: vamos falar do novo disco da banda, “A Saga Continua”, o primeiro álbum de estúdio da banda desde 2008. Trata-se de um álbum duplo, algo bastante ousado para os dias de hoje. E não existe maneira melhor de analisar um disco do que falando de cada uma das faixas. E é o que vamos fazer agora!

DISCO UM – UM FLERTE COM OS ANOS 80.

O próprio Santa Cruz disse em sua fã page que os discos se diferem entre si no formato: o disco um é mais leve e o dois, mais pesado.
Notei outra característica interessante no primeiro disco: ele é bem anos 80! Durante a primeira audição, me lembrei da Legião Urbana, do Barão de Frejat e de Cazuza, dos Paralamas e de todo o cenário daquela época. Acho que o disco deixa bem claro o quanto esses trabalhos influenciaram as composições da banda. Vamos então ao faixa-a-faixa:
  1. Vamos Viver: Como encarar a vida e o tempo que temos para vivê-la? Esse é o questionamento que define a letra da primeira música. Em sua forma, ela me lembrou um pouco o Barão de Frejat em alguns momentos. Queria ter ouvido a guitarra solo um pouco mais alta – se eu fosse o produtor né, poderia ter dado essa sugestão. Lançada como single em 2012.
  2. Essa noite: Parece que o cara da primeira música fez valer seus conselhos. Nesta temos o personagem um pouco mais desligado da vida, dando importância ao que realmente deve ser dado. A levada é pop, boa. A guitarra ainda está um pouco baixa, mas soa bem melhor colocada aqui.  A letra cai em um simplismo exagerado em alguns momentos. Lançada como single em 2013.
  3. Hello Hello: Um começo meio Led Zeppelin, uma forma de ser extremamente Beatles (ou Skank tentando ser Beatles). Tico ousa ao cantar mais alto do que pode e empregar um nítido e competente falsete. Como eu gosto de Beatles, ouvi várias vezes. A mudança de acordes a partir do primeiro minuto (algo bem Beatles também) me agradou bastante. Hello seria uma referência ao ex-baixista Tchello?
  4. Quem é você: Lançada como single em 2012, ganhou bastante notoriedade durante os protestos de 2013 – protestos estes em que Tico se envolveu de forma bastante contundente. Flerta com o Rap e cumpre um papel competente de “música protesto”.
  5. Sabemos fingir: Uma nova fincada de pé nos anos 80, mas com a cara da banda. A mixagem é conservadora, apropriada para o primeiro disco que é “leve”.  Lançada como single / EP em 2011.
  6. Um cara de sorte: Me lembrou bastante o Cazuza. O instrumental desta vez me agradou bastante (em termos de mixagem). Fala de luta, não contra o sistema, mas contra si mesmo. Lançada como single / EP em 2011.
  7. Sempre brilhará: Bela introdução. Música bem alegre, pra cima. Achei os vocais do Santa Cruz bem despojados aqui, que se alternam entre momentos de ousadia (quando canta rasgado) e momentos de descompromisso (quando a afinação parece cair um pouco). O defeito é que a música é muito longa, algo desnecessário – mas aceitável – em um disco duplo.
  8. Quem vai decidir: O amor é o tema dessa música lenta, acústica em sua essência, quase um reggae. Melhor do primeiro disco (na minha opinião). Para os apaixonados.
  9. É problema meu: A mais pesada do primeiro disco. Letra simples demais, não me agradou muito. Um excesso a lá Revolution #9, típico de discos duplos.

DISCO DOIS – FAIXAS MAIS PESADAS

  1. Seja forte pra lutar: Uma montanha russa entre protestos, auto reflexão, mudanças de ritmo, fé, orações e palavrões. É uma música interessante, começa pesada e fica mais calma no segundo minuto. No retorno ao peso da faixa, uma explosão de palavras que fazem deste momento o melhor do disco: Tiro, porrada e bomba (e um vtnc fdp na sequência) e um fechamento magistral com um Pai-Nosso (oi Metallica).
  2. 4 Ever Alone: Bastante pesada em sua forma, é um manifesto da geração mimimi que não sabe direito o que quer e pelo que lutar ou protestar. Não poderia ter um título mais adequado. Lançada como single em 2013.
  3. Combate: Aqui um bom dueto de guitarras, uma faixa bem pesada. Parece algo meio na linha “Tropa de Elite” da sociedade, uma convocação para a luta. Uma resposta à faixa anterior, com certeza. Enquanto um não sabe pelo que lutar, o outro lhe dá o estímulo e motivos necessários. Lançada como single / EP em 2011.
  4. O Alienista: Letra elaborada, ótimo momento do disco. O que de fato é real e o que é ilusório; do que realmente precisamos? Criamos personagens para o que? O resultado disso tudo é um surto de amoralidade? Foram os questionamentos que me ocorreram ao prestar atenção à letra. Lançada como single em 2013.
  5. Acredite no seu coração: Outra com muito potencial para single (e de fato, tem tanto potencial que foi lançada como, hahahaha). Melhor música do disco, em termos de produção. As guitarras voltam à grande forma, o mesmo digo da bateria.
  6. Sexo Tântrico: Música gratuita, desnecessária, fora de lugar. Aqui temos um personagem “pica das galáxias” que come todo mundo. Uma ode à infidelidade e ao amoralismo. Não combina muito com o Tico que conhecemos. Talvez seja uma forma de protestar contra o triste retrato da sociedade atual, onde casualidade se sobrepõe a relacionamentos sérios. De qualquer forma, achei gratuita.
  7. Conversando com o Espelho: Faixa pesada, me parece uma resposta ao personagem da música anterior. Também é autobiográfica, parece que estamos vendo o Tico Santa Cruz conversando consigo mesmo sobre seus posicionamentos e a validade do seu lado ativista de ser. Lançada como single / EP em 2011.
  8. Tudo vai melhorar: Letra romântica, roupagem pesada. Potencial para single. Tem uma coisa meio Pitty de ser.
  9. Sua alma vai vagar por aí: Fecha o disco de forma magistral. Pesada em formato e temática, aborda temas pesados como o uso de drogas e tem uma participação pra lá de especial da galera do Cone Crew Diretoria. Lançada como single / EP em 2011.

 PITACO FINAL

Não é um álbum perfeito, algumas músicas podem ser questionáveis para alguns, mas ele tem seus ótimos momentos. Em termos de produção, ele oscila bastante, mas é um trabalho contundente e bastante honesto no que diz respeito ao Rock nacional.
Torço pelo Detonautas, torço pelo Tico Santa Cruz, e, sobretudo, torço para que o Rock Nacional volte aos seus tempos áureos. Infelizmente, estamos longe disso, mas quem sabe “A Saga Continua” não seja um ponto de partida?

Resenha: Linkin Park - THE HUNTING PARTY




Na noite de 23 de maio foi realizada em Los Angeles a primeira pré-listening de “The Hunting Party” e o usuário Turtleguy556, (twitter) que participou do evento, escreveu um comentário, e também descreveu em detalhes as músicas individuais. Confira o depoimento faixa a faixa:

"Tive a fantástica oportunidade de ser um dos primeiros a ouvir The Hunting Party hoje na boate Nightclub em Los Angeles. Depois de entrar e subir três lances de escadas chegamos ao piso superior. Na parede do lado havia gráficos animados da banda e a capa do álbum. Tinha um open bar onde serviram vários alimentos e bebidas, assim que todos chegaram. Adam do LPU explicou brevemente à todos como seria realizada à noite e lá fomos!

Primeiramente Mike Shinoda veio falar do álbum e disse que não queria que a gente se sentisse envergonhado por sua presença ao ouvir o álbum. Ele nos disse para esquecer as pessoas ao redor e prestar atenção apenas no álbum. Então ele ficou na parte de trás. Assim que ele nos deixou, fizeram uma passagem de som de três segundos no início de “Keys To The Kingdom”. Em seguida, eles pararam na faixa para continuar a pré-listening. Deixe-me dizer-lhe, a faixa de abertura nos abalou por razões que mais tarde tentarei descrever.

O volume estava muito alto, tanto que eu não conseguia entender alguns dos textos, mesmo para um estilo tão agressivo dessas canções. Vou tentar ser o mais detalhado possível, mas sei que com o volume tão alto eu não consegui distinguir alguns detalhes. Vamos começar!

Keys To The Kingdom – O álbum abre com Chester gritando violentamente o refrão da música, sozinho, sem um único instrumento. A voz tem uma distorção digital incrível durante esta abertura. Eu pensei: “Oh merda!”. Depois de tudo isso, vem um riff de guitarra absurda “nervosa”. O rap de Mike com Chester gritando cada refrão. Depois de ouvir isso, eu posso dizer que é uma das melhores e se você é um fã do Linkin Park (de qualquer forma), esta canção é para você.

All For Nothing – Essa música é muito menos do punk que eu pensava. Ela tem um bom ritmo e a voz de Page [Hamilton] se encaixa bem. Mike canta de uma maneira incrível com uma batida absurda!

Guilty All The Same – Esta é a única que todos nós já ouvimos antes.

The Summoning – Este é um interlúdio que começa com os sons de uma caixa de música e prossegue para uma batida de tambor.

War – Esta é a única canção do álbum que eu não fiquei impressionado. Parece uma canção punk da velha escola, que lembra do início do Green Day. Imagine uma canção punk com o refrão que diz: “WooooooOOaaaHH” e ​​continua com “WaaaaAAAAAaaaaRRR”. É muito rápido, e pessoalmente não é realmente a minha praia. Foi bom ouvir Chester cantar essa canção, embora!

Wastelands – Essa música é épica. Está foi feita para os fãs do LP. Há um riff de guitarra absurdo que parece soar do Meteora com rap de Mike. O refrão é cativante e poderia facilmente tocar na rádio. Essa música é minha favorita no álbum. Não me refiro a “canção do rádio” de uma forma negativa. Te prende do inicio ao fim, e mesmo após o final, você vai se pegar cantando ela.

Until It’s Gone – Também todos nós já ouvimos. Devo dizer que esta é a canção mais suave no disco.

Rebellion - Começa rápido e pesado e soa exatamente como System Of A Down. Ela também tem um refrão cativante e as seções de rap de Mike são devastadores. Há um coro no final que grita “Rebellion”. Considerando que o LP é muito atraente. Mais uma vez, o volume era muito alto e eu não conseguia escutar o trabalho de guitarra de Daron [Malakian]. A canção tem uma ligeira inclinação para o punk no refrão, mas não como “War”.

Mark The Graves – Esta é uma canção muito interessante! É dinâmica e tem altos e baixos. Os riffs de guitarra e a música me fez lembrar do Metallica. O riff é estridente. Quase como se tivessem mudado a maneira de torná-lo a ir mais rápido, para não torná-lo parecido com um riff Groovy. No coro Chester vai muito alto com sua voz. Eu não era capaz de distinguir várias coisas ao mesmo tempo que ouvia essa música, tem muitas “camadas de som”. Posso dizer que ela tem ótimas harmonias nos versos. Mike canta! É como uma viagem e ir a muitos lugares diferentes. A música se desvanece e dai vem a faixa seguinte “Drawbar”.

Drawbar – Bem, lamento dizer caras, mas este é um interlúdio e você está absolutamente perdendo a vantagem de ter Tom [Morello] tocando guitarra. É em grande parte impulsionada pelo piano e guitarra ao fundo. Honestamente parece uma guitarra dos anos 60. No começo eu pensei que era o fim de “Mark The Graves”, mas não… Eu tenho que dizer que o piano é lindo e é uma boa pausa. Eu diria que quase se encaixaria em um “A Thousand Suns”.

Final Masquerade – Esta é uma canção baseada no refrão. É cativante, eventualmente você já poderia cantar. Esta é a outra música que poderia ser tocada na rádio, mais uma vez, não em um sentido negativo. Parece que é um rock clássico transformado em rock moderno. Não é tão suave quanto “Until It’s Gone”, mas não tão agressivo quanto as outras músicas. Eu diria que é o nível médio da escala “visceral”.

A Line In The Sand – Este é o Linkin Park dando tudo o que têm em termos de música, voz e sons. Parte da dela com baixo e os teclados que são levantados enquanto Mike canta docemente e se transforma em uma peça única “rock rasgado” épico. É mais rápida do que eu esperava quando ela tocou. E quando termina você pensa “eu quero mais”! Há uma série de elementos nesta canção. Tenha certeza, ela definitivamente tem um pedaço do fechamento lento. Após a parte pesada volta com os vocais doces de Mike no final. A banda fala sobre essa música como a “Odisseia”.

No final Mike e Brad responderam a algumas perguntas. Foi um grande momento!

Em geral eu considero um grande álbum. Eu estava esperando um “Minutes To Midnight” mais pesado, mas eu estava errado. Há um par de interlúdios. Fiquei impressionado do início ao fim . Eu teria preferido que o volume não fosse tão alto, para que você possa distinguir mais coisas, mas eu realmente tentei sentir o melhor que pude. Eu gosto de músicas em volume alto, mas este foi um pouco “demais para um tipo de música agressiva como esta.

Eu gostei muito, e eu não posso esperar para ouvi-lo novamente, eu tenho certeza que vou perceber mais detalhes! Espero que este comentário ajude a entender o que esperar. Como um fã do LP este álbum é incrível. Tenha cuidado, porque todos os fãs casuais vão pular de volta no barco.

- Turtleguy556

1 – Keys To The Kingdom
2 – All For Nothing (feat. Page Hamilton)
3 – Guilty All The Same (feat. Rakim)
4 – The Summoning
5 – War
6 – Wastelands
7 – Until It’s Gone
8 – Rebellion (feat. Daron Malakian)
9 – Mark The Graves
10 – Drawbar (feat. Tom Morello)
11 – Final Masquerade
12 – A Line In The Sand



Fonte: www.roadtorevolutionbr.com

Resenha: Crosses - † † †

O Crosses e mais um dos projetos paralelos de Chino Moreno, que também e vocal do Deftones e Palms, a banda e composta por Shaun Lopez, guitarrista do Far, e Chuck Doom.

 Depois de lançarem 2 Eps desde 2012, o Crosses lançou seu primeiro álbum esse ano, e o portal de noticias Rock Noize postou uma resenha bem bacana sobre esse material, no qual vocês podem conferir logo a baixo:



O álbum abre com This Is A Trick onde Chino explora, ainda que de longe, seus gritos característicos de sua banda principal. Em Telepathy, um baixo balanceado e rápido, ainda que não tão técnico, dá a levada.
Bi†ches Brew foi o primeiro single do disco a ser lançado. Ainda que com uma letra pesada, a música em si, é leve, boa de ouvir e gritos são desencadeados apenas no final.



O ponto alto do primeiro CD do Crosses é sem dúvida a “dupla” The Epilogue e Bermuda Locket. Há tempos não ouvia letras que falam de amor com tanta intensidade e de um jeito que não soa clichê como as bandas fazem em suas love songs por aí.


“And I won’t stop, now til I get what I want and all that I want is you…” (E eu não vou parar, agora que eu sei o que quero e tudo que eu quero é você…) diz o refrão de The Epilogue. Tocante, pra dizer o mínimo. 



Qualquer uma dessas músicas, se gravadas por alguma banda grande, certamente se tornaria um hit atemporal, o que provavelmente não será o caso, ainda bem, porque assim não enjoamos delas.

Fato é que Chino Moreno vem em uma onda de bons trabalhos à frente de todos os seus projetos, visto os dois últimos álbuns do Deftones, “Diamond Eyes” e “Koi No Yokan”, o primeiro do Palms lançado no ano passado e para fechar, pelo menos por enquanto, este do Crosses.

Um álbum de música alternativa, dançante, romântico, denso, com muitos elementos de destaque como baixo, teclado e sintetizadores.
Tudo isso formou, ao menos na opinião deste editor, um dos grandes discos do ano. Digo isso sem medo nenhum de me arriscar ou me arrepender.
Ainda que relegado ao alternativo e talvez seja melhor assim, o Crosses passa de projeto paralelo à banda de Chino Moreno, que a partir de agora terá que se dividir.
Se Chino Moreno tem orgulho desse trabalho, o prazer de ouvi-lo com certeza é nosso.

Por Marcelo Coleto

1. "This Is a Trick"
2. "Telepathy" 
3. "Bitches Brew"
4. "Thholyghst"
5. "Trophy"
6. "The Epilogue"
7. "Bermuda Locket"
8. "Frontiers"
9. "Nineteen Ninety Four"
10. "Option"
11. "Nineteen Eighty Seven"
12. "Blk Stallion"
13. "Cross"
14. "Prurient"

15. "Death Bell"

Resenha: Raimundos - Cantigas de Roda

O portal whiplash.net, famoso por ser sem duvidas o maior portal de rock/Heavy Metal do brasil publicou recentemente várias resenhas sobre o mais recente trabalho da banda Raimundos, trago a vocês uma dessas resenhas que mais me agradou, confira a baixo:

"Raimundos! Após um hiato de 12 anos (KavooKavala, 2002), a banda voltou ao estúdio e 2014 começa com ótimo, pesado, sujo e agressivo Cantigas de Roda. O tão aguardado álbum, projeto realizado via crowdfunding, posiciona a banda no lugar que sempre foi deles e até então ocupado por ninguém. Com produção de Billy Graziadei (Biohazard), Cantigas de Roda é um petardo na orelha e mostra a que veio"
Cachorrinha: é um presságio do que vamos encontrar nesse disco! HC rápido e nervoso, ao estilo Lapadas (impossível não lembrar de Véio, manco e gordo; CC de com força e; Crumis ódamis). Cantar nessa velocidade será um desafio, Digão mandou muito!
BOP: com guitarras pesadas e graves, a banda avisa: “enquanto os doido pedir, vamos continuar!” – como na profecia feita em Marujo, do início da década de 90. Lembra Be-a-bá e Tora tora. Sonzeira!!!
Baculejo: música já conhecida pelos fans, ganhou nova roupagem e é candidata a HIT! Daqueles punk rock ramônico lindo com refrão bubblegun que só o Raimundos sabe fazer.
Gato da rosinha: a banda não nega as origens e transforma mais uma do Zenilton em um baita punk-forrocore. Backing vocals e coros harmônicos; e o bom e velho triângulo está lá!!!
Cera Quente: hora de respirar e aqui a banda desacelera nessa balada punk. Fácil de cantar, vai cair no gosto popular rapidamente.
Rafael: com o fôlego recobrado, vamos novamente uma Lapada! Abre a roda que pra outro hardcore! Lembra Wipe out 2 e Crocodilo meio quilo. Porra, Rafael!
Descendo na banguela: talvez a melhor faixa do álbum! Música muito bem trabalhada, com diferentes nuances. Ótimas esfrofes, riffs e refrão matador, bebendo em fontes que vão de Poquito más à Pompém!
Dubmundos: outra pausa para respirar. Aqui a banda mostra novamente todo o seu leque criativo e manda um belo ska, com direito a metais Reel Big Fish-like, presentes também em outros álbuns. Dubmundos é tudo o que o Tihuana sempre quis ser e nunca conseguiu. Radiofônica, lembra Sublime e conta com a participação de Sen Dog (Cypress Hill). A linha de baixo é um destaque à parte.
Nó suíno: no refrão a banda desabafa se declara novamente ao HC. Um hino contra a “paumolescência”. As guitarras me fizeram lembrar Metallica!! Ótima!
Importada do interior: velocidade e conteúdo explícito com solos bem aplicados! Aos 2 minutos de música um déjà vu de Esporrei na manivela, quase uma homenagem.
Gordelícia: voltam os metais em novo ska com potencial radiofônico. Introdução a lá Skuba, estrofe com métrica que me lembrou Bombando em Bagdá do Supergalo (!?). Opa, peraí caceta!
Politics: o título anuncia o tema dessa faixa, também já conhecida do público. Guitarras graves e um ritmo mais cadenciado para poder ouvir e entender o recado.
É o primeiro trabalho de estúdio dessa formação e o álbum não decepciona, pelo contrário, é muito bem vindo para o público que estava carente de rock pesado. Toda comparação é injusta, e ranquear os álbuns do Raimundos é tarefa difícil e desnecessária. O tempo de estrada deixou essa formação confortável e confiante na realização deste ótimo trabalho. Caio e Marquim deixam sua marca sem alterar o DNA Raimundo, enquanto Digão e Canisso se mostram em ótima forma! Todos os elementos que caracterizam e conduziram a carreira do Raimundos estão lá, bebendo nas mesmas referências, se reinventando sem perder a identidade. “Impressionante como esse cachorro não nega as suas origens!” Isso é Raimundos, muito respeito!! - Por Leandro Fernandes da Silva
Imagem

1. Cachorrinha (part. Frango do Galinha Preta)
2. BOP
3. Baculejo
4. Gato da Rosinha
5. Cera Quente
6. Rafael
7. Descendo na Banguela
8. Dubmundos (part. Sen Dog do Cypress Hill)
9. Nó Suíno
10. Importada do Interior
11. Gordelícia
12. Politics (part. Cipriano e Billy Graziadei)


Resenha: 30 Seconds to Mars - Love Lust Faith + Dreams

Para início de conversa, eu não sou um fã (no sentido literal) da banda, mas acompanho o trabalho deles desde a estreia, com o álbum homônimo, lá em 2002, o que torna a review até mais sincera. E ao meu ver, uma das coisas que vem marcando o 30 Seconds to Mars em uma década, é sua constante dedicação para o declínio sonoro causado pela autossabotagem, e ainda assim, seguem endeusados por aí. O primeiro álbum, até mesmo por ser despretensioso, é fantástico, repleto de músicas de rock arrasadoras e que davam a esperança de um futuro longínquo e satisfatório, assim como o segundo, "A Beautiful Lie" (2005), que embora comece a ensaiar novidades sonoras, inicia essa questão épica que a banda tanto adora hoje em dia. O seguinte, "This is War" (2009), já nos deu uma nova amostra, experimentações ainda que cruas, já perceptíveis, então, levando-os a ficar ainda mais conhecidos, vencendo inúmeras premiações e, consequentemente, agradando ao público, até chegar na mais arrogante e arriscada das propostas.

Com seu quarto álbum de estúdio, o "Love Lust Faith + Dreams", a banda do também ator, Jared Leto, em parceria com seu irmão e baterista, Shannon Leto e o guitarrista, Tomo Milicevic, toma um caminho perigoso e porque não, ousado, para a experimentação eletrônica em quase todas as faixas. Não que sejam terríveis (tá, algumas até são), mas a impressão que fica, é a de um álbum completamente enfadonho e que poderia ser mais do que é, se fosse menos pretensioso.

Ao longo desta review faixa a faixa, deixaremos mais claros nossos motivos para tal análise. Então, sem mais delongas, confiram "Love Lust Faith + Dreams" pelos olhos do Rock Collective:



1) "Birth"
Como o álbum tem por tendência mostrar a evolução da banda, nada mais justo que seja pelo nascimento, né? Então, "Birth" se encarrega e muito bem disso. Soando quase como um ato cinematográfico, nos dá uma falsa expectativa por conta de sua excelente forma de iniciar a nova era de Jared Leto e sua trupe, com uma nova sonoridade já bem perceptível, o que por hora, não quer dizer, que seja boa ou ruim. Com uma voz feminina ao fundo repetindo aleatoriamente a palavra "love", temos contornos épicos, cercados de uma marcha orquestrada, tambores e vários elementos eletrônicos, enquanto Leto solta poucas, porém valiosas palavras apresentando o enredo do álbum:  "Eu vou salvá-lo de si mesmo, o tempo vai mudar tudo sobre o inferno".

2) "Conquistador"
Dando seguimento à temática apresentada na primeira faixa, o que temos aqui é uma canção passeando pelo rock alternativo, que poderia muito bem ter saído de "This is War", faixa-título do álbum anterior. É legal em partes, porém, ao menos pra mim, soa bem descartável, levando-se em conta o que eles são capazes. Falando sobre dilemas constantes da humanidade (coisa que Leto ama), o da vez é entre a luxúria e a fé, combinação quase que excludente, mas que aqui, soa explosiva: "Esta é uma luta até a morte de nossa santa guerra. Um novo romance, uma meretriz troiana (...)".  É quase um grito de guerra, enérgico e repetido em coro: "Nós vamos, nós vamos, nós vamos nos erguer novamente".




3) "Up in the Air"
Seguindo a linha de experimentações às quais tanto queriam testar nesse CD, aqui vemos a primeira e impactante delas. Apresentada como primeiro single, "Up in the Air" surpreendeu muito àqueles acostumados com o lado mais dark deles. O que temos aqui, é uma mudança sonora chocante, tirando a banda da vertente rock 'n' roll e nos entregando algo muito mais eletrônico, radiofônico, com arranjos em piano, tambores, coros e uma guitarra em ritmo fraquinho, onde Jared canta sobre sentir-se em confusão mental por um relacionamento que não deu certo e só mágoas ficaram: "Você foi o amor da minha vida, a escuridão, a luz. Este é um retrato que torturou você e eu. Esse é o, esse é o, esse é o fim". No geral, a canção é bem esperançosa. Só não entendo sua escolha como primeiro single e que muito menos seja tão maravilhosa como pintam.




4) "City of Angels"
Uma balada rock mais do mesmo, assim podemos definir a quarta faixa de "Love Lust Faith + Dreams". Iniciando com um agradável arranjo de sintetizadores, o que temos aqui, é um clichê dos tempos de vivência em LA (cidade onde a banda se formou). Não trata de apresentar nenhuma novidade, por isso do clichê. Onde o maior de todos, é baixar a Avril Lavigne interior do Jared Leto e julgar digno cantar sobre ter dezessete anos e sair arrumando confusão com os outros hahaha. Até gosto de vocês, mas desculpa, isso soa ridículo. Fora o que temos de benefícios e malefícios (dependendo da ótica) do que reserva Hollywood: "A minha vida inteira eu nunca estive presente. Sou apenas um fantasma fugindo do medo. Aqui nossos sonhos não são feitos, eles vencem". Continuando a reverenciar a cidade natal mais à frente: "Uma avenida de esperança e sonhos. Ruas feitas de desejo. Perdido na cidade dos anjos, lá no conforto dos estranhos". Soa poético e, de fato, é. Só que nada além do que qualquer outro cantor saído de lá já não tenha cantado por aí.


5) "The Race"
Com a melhor introdução de todo álbum, temos mais uma canção flertando com o eletrônico (figura mais que presente aqui) ao longo de toda sua execução, letra otimista e inspiradora sobre não desistir: "Você salvou minha vida com sangue e através de sacrifício. As lições que eu aprendi, te prometo que eu nunca mais direi, nunca mais. Não, nunca mais". Se tivesse que apostar num próximo single, ela seria a canção mais segura.




6) "End of all Days"
A pseudo-balada do álbum, assemelha-se um pouco a "Hurricane", acompanhada de um piano melodicamente posto em cima de uma voz ascendente de Leto, progredindo com outros elementos, dando os tons mais intensos e épicos que o 30 Seconds to Mars nos acostumou ao longo dos anos e que aqui, faziam-se indiferentes até então. É uma das que se salvam em todo o álbum. Até mesmo pela semelhança, se gostou de "Hurricane", facilmente se sentirá em casa aqui.


7) "Pyres of Varanasi"
Outro grande barato encontra-se aqui. Talvez seja das experimentações, a mais acertada de todo o álbum. Surpreende a começar pelo longo tempo de intro, que dão ares cinematográficos semelhantes à primeira, cercada de uma batida eletrônica + orquestra e, apesar de dar pouca vez aos vocais de Leto, consegue sobressair à chatice dos outros arranjos eletrônicos empregados aqui, mantendo-se muito agradável ao longo de seus 3 minutos de duração. Belo acerto.


8) "Bright Lights"
Seguindo a nova fase experimental, somos apresentados a um flerte indie-pop com levadas rock. Comovente e inspiradora, salve-se também em meio às novidades. Liricamente, ele quer que analisemos um recomeço em outra cidade, no caso, uma grande cidade, cercada de sonhos, dúvidas e incerteza: "Luzes brilhantes, cidade grande, ela sonha com o amor. Luzes brilhantes, cidade grande, ele vive para correr". Os vocais contidos de Jared na faixa são bem agradáveis, puros e com contornos coloridos. Em momentos, chego a imaginar Bono Vox cantando isso no U2 e, sim, é um elogio e tanto.




9) "Do or Die"
É mais uma faixa com a mão pesada nos arranjos eletrônicos, porém, esta é um meio-termo entre o lado rock e o agora pop do 30 Seconds to Mars. Enérgica e cativante, possui um coro que funcionaria muito bem em performances ao vivo:  "E a história continua! Continua! Continua! É assim que a história continua, é assim que a história continua". Pede Leto, enquanto me pergunto se devo acatar ou não o pedido com esse álbum.


10) "Convergence"
Curtinha e composta pelo baterista Shannon Leto, funciona bem para o álbum. Arrisco na pedância de dizer que, caso fosse o executivo responsável pelo projeto, teria deixado esta canção como seu encerramento. É uma faixa calma, sonhadora e melhor que a última.


11) "Northern Lights"
De longe, é o melhor trabalho vocal do Jared em todo álbum e outro ótimo acerto experimental. Não é novidade para ninguém o sentimento que ele põe nas canções (que há em várias no "Love Lust Faith + Dreams"), mas não com essa intensidade vocal. Liricamente ela pode assustar, mas durante o refrão, nos leva a simplesmente sonhar: "Nós nadávamos entre a aurora boreal e nos escondíamos na beirada da noite, esperando o amanhecer chegar. E cantávamos uma canção para salvar a todos nós", o que é brilhante, principalmente se levamos em conta que esta é uma das faixas mais diferentes já feita por eles e, também, é a que mais pode agradar os antigos fãs da banda por sua atmosfera mais densa.




12) "Depuis Le Début"
Encerrando o álbum temos a faixa com o título em francês, que significa "desde o princípio". Não entendo o porquê dessa escolha como encerramento. Tá, há uma clara intenção em ser épico com sua divisão em três partes: Jared sendo acústico na primeira, cantando morbidamente que "Haverá sangue"; algo mais crescente, eletrônico e épico na segunda; e uma parte mais calma, pondo pra dormir ao som de uma canção de ninar na terceira variante. Mas não fica nada legal a canção aqui, parece meio fora de contexto. Numa dessas, "Convergence" seria sem dúvidas a melhor alternativa de encerramento.


CONCLUINDO
Este não é nem de longe (como vi várias pessoas por aí dizerem) o melhor álbum do 30 Seconds to Mars já feito. Lógico, há momentos bons, surpreendentes e que relembram velhos tempos, vide "Northern Lights" e "End of all Days". Ou então, experimentações bem-sucedidas, como em "Pyres of Varanasi", "Convergence" e "Bright Lights". Vale ressaltar também, que Jared Leto continua um bom vocalista, mas que agora testa outros tons de sua voz. O grande problema aqui é outro: o de justamente achar que é mais do que realmente é. Daí, tem essas terríveis ideias de experimentar coisas que são completamente desnecessárias. O que é esse ser feminino aleatoriamente falando "Love", "Lust", "Faith", "Dreams" ao longo do álbum? Me respondam, pra quê isso? Outra coisa que começa a me incomodar, é a questão da troca de guitarras, baixo e outros elementos mais rock 'n' roll que os marcaram, por sintetizadores e no caso do novo álbum, a eletrônica. Não que ache ruim alguém se reinventar, muito pelo contrário, adoro isso. O problema em relação ao 30 Seconds to Mars, é que soa arrogante e muito pretensioso para algo que no final das contas, não passa de um emaranhado pedante e superficialmente inclinado ao pop, com composições clichês, genéricas, muito bem maquiadas e estilisticamente ruins.

No mais, começo a me questionar se continuarei acompanhando a banda daqui mais uns anos, mas logo penso pelo lado positivo: enquanto musicalmente eles declinam, mais vídeos cinematográficos, dirigidos por Bartholomew Cubbins (pseudônimo de Jared Leto)  e ultimamente, a melhor coisa deles pra mim  continuarão a ser produzidos. O que já não é nada mau.